sábado, 12 de novembro de 2011

SEMINÁRIO SOBRE DIVERSIDADES E SEMANA DA CONSCIÊNCIA NEGRA - 2011:MELHORES MOMENTOS


A presença das escritoras Conceição Evaristo e Cidinha da Silva

Palestra do Prof. Marcos Cardoso: A história da África

Profa. Silvani Valentin  fala sobre a Lei que instituiu a obrigatoriedade dos estudos afro brasileiros nas escolas .

Lideranças da comunidade marcaram presença

Os alunos do Cefet aprenderam e curtiram

 A dança do Assum Preto
A capoeira com o mestre Léo 


A palestra sobre religiões de matriz africana, com o prof. Inácio Frade  e sobre a presença do negro no futebol brasileiro, com o prof. Luciano de Andrade

A palestra sobre diversidade sexual com o Marcos Trajano  e o prof. José Antônio
Aplaudimos a Escola de Samba Unidos do Pirineus
Unimos conhecimento, arte, cultura e  contribuímos para melhorar a qualidade da educação no CEFET MG:
 Isso é  produção de TECNOLOGIA SOCIAL

AXÉ!!!!!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Semana da consciência negra e Seminário nacional sobre diversidade - 2011


* Não é necessário fazer inscrição para participar do evento

DIA 09/11 (Quarta-feira)

MANHÃ

9:00 – ABERTURA

Prof. Júlio César Nogueira Gesualdo – Diretor do CEFET-MG/ Leopoldina.

Profª. Margareth Franklim – Coordenadora do NEAB/ Leopoldina.

Eduardo Benini – Psicólogo da Assistência ao Estudante do CEFET-MG/ Leopoldina.

Representante da Prefeitura de Leopoldina/MG.

9:30 – Mesa: A mulher negra na literatura brasileira

Mediação: Profa Margareth Cordeiro Franklim

Convidadas:

Conceição Evaristo – escritora. Autora de Ponciá Vicêncio (2003); Becos da Memória. (2006) Poemas da recordação e outros movimentos (2008); Insubmissas lágrimas de mulheres. (2011).

Cidinha da Silva – escritora. Entre suas obras destacam-se "Os nove pentes d'África" (2009) e
"Kuami" (2011), romance infanto-juvenil.

10:10 – DEBATE

11:10 – INTERVALO

11:20 Apresentação artística: leitura de poemas e fragmentos das obras de Conceição Evaristo e Cidinha da Silva – Alunos do CEFET-MG – Leopoldina/MG.

11: 40 – Sessão de autógrafos com as autoras.

TARDE

Mesa: Educação para relações étnico-raciais.

Mediação: Prof. Luís Eduardo de Oliveira

14:00 – A Articulação Nacional dos Núcleos de Pesquisa e Estudos Afro-Brasileiros na Rede de Educação Profissional e Tecnológica

Profª. Silvani Valentim – Coordenadora do NEAB/CEFET-MG e Diretora do Depto. Educação
CEFET-MG.

14:30 – A importância da História da África para entendermos o Brasil.

Prof. Marcos Cardoso - Filósofo, Mestre em História (UFMG) e professor de História da África.

15:00 – DEBATE

16:00 – INTERVALO

16:15 – Apresentação Musical: Grupo ASSUM PRETO.

2º Dia – 10/11 (Quinta-feira)

MANHÃ

9:00 – Mesa: Somos todos diferentes, por isso queremos direitos iguais.

Mediação: Camila Guimarães – Assistente Social - CEFET- MG, campus Leopoldina/ MG

Pesquisa sobre diversidade na escola.

Prof. José Antônio Pinto – Mestre em Ensino de Ciências e professor do CEFET-MG

9:30 – A luta contra a homofobia: história e perspectivas.

Marco Trajano – Representante do MGM: Movimento Gay Mineiro - Juiz de Fora

10:00 – DEBATE

11:00 – INTERVALO

11:15 – Exibição de vídeos: Educando para a diversidade.

TARDE

Mesa: Identidade e diversidade

Mediação: Prof. Diego Lucas

14:00 – A presença das religiões de matriz africana em nossa região.

Prof. Inácio Frade – Doutorando em Sociologia e professor de historia FIC/UNIS Cataguases/MG.

14:30 – O negro no futebol brasileiro.

Prof. Luciano de Andrade – Mestre em Literatura Brasileira (UFES) e professor do CEFET-MG, campus Leopoldina/MG.

15:00 – A historia dos movimentos contra a discriminação racial em Leopoldina.
Carlos Roberto Santiago – Músico e militante de movimentos sociais.

15:30 – DEBATE

16:00 – INTERVALO

16:20 – APRESENTAÇÃO MUSICAL : Bateria da Escola de Samba Unidos do Pirineus.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Estudantes negros são menos de 10% nas universidades federais

Apesar de políticas afirmativas direcionadas para a população negra, esse público ainda é minoria nas universidades federais. Estudo  lançado pela Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) sobre o perfil dos estudantes de graduação mostra que 8,72% deles são negros. Os brancos são 53,9%, os pardos 32% e os indígenas menos de 1%.
 

Ainda que a participação dos negros nas federais seja pequena, houve um crescimento em relação à pesquisa anterior produzida pela Andifes em 2003, quando menos de 6% dos alunos eram negros. Isso significa um aumento de 47,7% na participação dessa população em universidades federais.

Para o presidente da associação, João Luiz Martins, a evolução é "tímida". Ele defende a necessidade de políticas afirmativas mais agressivas para garantir a inclusão. "A universidade tem uma dívida enorme em relação a isso [inclusão de negros]. Há necessidade de ampliar essas ações porque o atendimento ainda é muito baixo", avalia.

A entidade é contra uma legislação ou regra nacional que determine uma política comum para todas as instituições, como o projeto de lei que tramita no Senado e determina reserva de 50% das vagas para egressos de escolas públicas. 

"Cada um de nós tem uma política afirmativa mais adequada à nossa realidade. No Norte, por exemplo, a universidade precisa de uma política que tenha atenção aos indígenas. No Sul, o perfil já é outro e na Bahia outro", explica Martins. 

O estudo mostra que os alunos egressos de escolas públicas são 44,8% dos estudantes das universidades federais. Mais de 40% cursaram todo o ensino médio em escola privada. 

O reitor da Universidade Federal do Pará (Ufpa), Carlos Maneschy, explica que na instituição metade das vagas do vestibular é reservada para egressos da rede pública. Desse total, 40% são para estudantes negros. Ele diz acreditar que nos próximos anos a universidade terá 20% de alunos da raça negra. "Antes, nem 5% eram de escola pública", diz. 

__________. Estudantes negros são menos de 10% nas universidades federais . UOL. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/saber/953699-estudantes-negros-sao-menos-de-10-nas-universidades-federais.shtml. Acesso em: 12/09/2011.

domingo, 11 de setembro de 2011

Mau preparo de professor atrapalha ensino de literatura afro


Educadores afirmam que há boas obras e materiais didáticos disponíveis, mas docentes ainda não sabem como trabalhá-los em sala

Uma menina negra, com vasta cabeleira, tenta entender por que seu cabelo não para quieto. Ela encontra um livro sobre países africanos e passa a compreender a relação entre seus cachos e a África. A história é contada no livro “Cabelo de Lelê”, de Valéria Belém, e segundo a pedagoga e pesquisadora Lucilene Costa e Silva, um dos bons exemplos de literatura afro-brasileira infantil. “Nas séries iniciais, as crianças estão construindo a identidade. Ter acesso a obras que mostrem personagens como elas é fundamental”, avalia.

Lucilene dá aula há 20 anos na rede pública de ensino do Distrito Federal e conta que sentia falta da imagem negra nos livros de literatura infantil. “Cheguei a contar a história ‘Chapeuzinho Vermelho’ usando uma boneca negra com capuz vermelho. Hoje sei que isso não é mais necessário. A África tem histórias, personagens e enredos lindíssimos.”

Atendendo à lei 10.639, que determina o ensino de cultura afro-brasileira nas escolas, o Ministério da Educação (MEC) e as secretarias municipais e estaduais de ensino têm cada vez mais distribuído obras e vídeos protagonizados por personagens negras ou que abordam a diversidade étnico-racial. “É visível o aumento na quantidade de material didático e para-didático disponível sobre o tema após a implantação da lei”, afirma Luciano Braga, professor de Artes há 15 anos das redes municipal e estadual de São Paulo e co-autor, junto com Elizabeth Melo, do livro “História da África e afro-brasileira – em busca das nossas origens”, lançado em 13 de maio de 2010.

Foto: Thinkstock
Educadores afirmam que a literatura infantil sobre diversidade étnica ajuda a combater a discriminação racial


O professor conta que obras com contos e lendas africanas são uma novidade recente nas duas escolas onde dá aulas. “Estamos recebendo livros nos quais o herói é uma criança negra ou onde há personagens brancos e negros. A questão não é valorizar uma cultura ou outra e sim fazer com que a criança se sinta pertencente ao meio. É assim que combatemos a discriminação”, ressalta. Da mesma forma que contos de fada e histórias europeias são narrados em sala de aula, histórias e lendas africanas e indígenas devem ser apresentadas, defende o professor.

No livro infantil “Betina”, de Nilma Lino Gomes, uma avó trança os cabelos da neta e conversa sobre seus ancestrais. “Na África as tranças têm diferentes significados e o cabelo é muito importante para a mulher. Está ligado à identidade”, explica Lucilene. Quando a professora terminar de contar a história de Betina, uma menina de rosto redondo, olhos negros e cabelo todo trançado, os alunos ficam encantados. “Todas as crianças, negras e brancas, querem ser a Betina”, conta.

Formação de professores

Lucilene desenvolve pesquisa de mestrado na Universidade de Brasília (UnB) sobre a presença da literatura afro-brasileira no Programa Nacional Biblioteca da Escola do MEC, que distribui obras de literatura, pesquisa e referência para as escolas públicas brasileiras. Apesar de o ministério não ter um levantamento específico das obras que abordam essa temática, a pesquisadora afirma que os livros estão presentes no catálogo oferecido. “É um avanço, mas em muitas escolas do DF as obras chegam e ficam encaixotadas, porque os professores não sabem como trabalhá-las”, afirma.

Em São Paulo, Braga promove palestras e oficinas sobre diversidade étnica e encontra o mesmo problema: materiais didáticos deixados de lado porque os professores não sabem como usá-los.

A coordenadora da área de diversidade do MEC – Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) –, Leonor Franco, reconhece que o principal entrave para a aplicação da lei é a formação dos professores. “O nó da questão é a qualificação, a formação de professores e gestores. Não basta capacitar só os professores, tem que sensibilizar todos os funcionários da escola, os diretores, o secretário de educação. Não adianta colocar livro na escola se o professor não souber o que fazer com aquilo”, afirma.

Segundo Leonor, grande parte do problema está no ensino superior. A temática e o conteúdo da diversidade étnico-racial não estão nos cursos de licenciatura: “Nossa formação continuada é quase uma formação inicial”, critica. Outro desafio é a ampliação de parcerias para oferecer cursos de capacitação. Atualmente os editais do MEC são voltados apenas para instituições de ensino superior federais e estaduais. “Temos secretarias de ensino que têm condições de promover capacitação. O resultado é que a gente tem tido dinheiro (na Secad), mas poucos projetos bons para formação de professores.”

Salloma Salomão, músico e doutor em História Social pela PUC-SP, atua na formação de docentes pela rede de educadores Aruanda Mundi. Nos últimos cinco anos, cerca de 3 mil professores de mais de cinco estados diferentes foram capacitados. “Faltam investimentos das secretarias em projetos formativos sistemáticos e de longa duração”, aponta. Segundo Salomão, os cursos oferecidos pela Aruanda têm duração mínima de 120 horas, mas o ideal seria 360 horas e dois anos de duração.

 O historiador destaca a importância do uso das tecnologias na capacitação dos docentes. Por meio de plataformas da internet, Salomão promove a interação de professores brasileiros com africanos, principalmente de países de língua portuguesa. “Falar de África não significa tirar o sapato e pisar na terra. Há inúmeras possibilidades com o uso da tecnologia. Precisava de um mapa étnico-linguístico da África e um pesquisador da universidade de Coimbra nos forneceu o material. É um processo de aprendizagem com o que há de mais contemporâneo.”
 

Veja a lista de obras de literatura afrobrasileira para crianças indicadas pela professora e pesquisadora Lucilene Costa e Silva:

A serpente de Olumo – Ieda de Oliveira – Ed Cortez Editora


ABC do continente africano –Rogério A. Barbosa – Ed. SM


Anansi, o velho sábio – Um conto Axanti recontado por Kaleki – Ed Companhia das Letrinhas


Ao sul da África – Laurence Questin – Catherine Reisser – Companhia das Letrinhas


Betina – Nilma Lino Gomes – Mazza Edições


Brinque- Book conta fabulas – Bob Hortman e Susie Poule


O Cabelo de Lelê – Valéria Belém – Ibep Nacional


Chuva de Manga – James Rumford – Ed brinque Book


O dia em que Ananse espalhou a sabedoria pelo mundo – Eraldo Miranda – Editora Elementar


Doce princesa Negra- Solange Cianni- Ed-L.G.E


Era uma vez na África – Jean Angelles – Ed. LGE


Euzebia Zanza – Camila Fillinger – Ed Girafinha


O funil Encantado - Jonas Ribeiro - Ed Dimensão


Gente que mora dentro da gente-Jonas Ribeiro-Ed Dimensão


Histórias da Preta – Heloisa Pires Lima –Ed. Companhia das Letrinhas


Ifá, o advinho; Xango, o Trovão; Oxumarê, o Arco-iris – Raginaldo Prandi – Ed. Companhia das Letrinhas


Krokô e Galinhola – Um conto africano por Mate – Ed brinque Book


O livro da paz-Todd Parr- Ed Panda-Book


Lendas Africanas. E a força dos tambores cruzou o mar - Denise Carreira - Ed. salesiana


O mapa – Marilda Castanha – Ed. Dimensão


Meia dura de sangue seco – Lourenço Cazarré – Ed. LGE


Na minha escola todo mundo é igual - Rossana Ramos e Priscila Sanson - Ed Cortez


Nina África – Lenice Gomes, Arlene Holanda e Clayson Gomes – Ed. elementar


A noite e o Maracatu – Fabiano dos Santos – Ed Edições Demócrito Rocha


Orelhas de Mariposa - Luiza Aguilar e Andre Neves-Ed Callis


O presente de Ossanha – Joel Rufino dos Santos- Ed. Global


Por que somos de cores diferentes? – Carmem Gil- Ed girafinha


Que mundo maravilhoso – Julius Lester e Joe Cepeda – Ed Brinque Book
Sergio Capparelli – Ed. Global


Tem gente com fome – Solano Trindade Ed. Nova Alaxandria


Os tesouros de Monifa – Sonia Rosa – Ed Brinque-Book


Todas as crianças da terra – Sidónio Muralha –Ed Global


Uma menina e as diferenças – Maria de Lourdes Stamato de Camilis-Ed Biruta


Viver diferente – Lilian Gorgozinho – Ed L.G. E Editora


COSTA, Marina Morena. Mau preparo de professor atrapalha ensino de literatura afro. iG. Disponível em: http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/mau+preparo+de+professor+atrapalha+ensino+de+literatura+afro/n1237831259874.html. Acesso em: 11/09/2011.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Reinos Africanos II

O Reino do Congo
( Trabalho dos alunos Vytor de Souza Melo, Priscilla Vasconcelos, Isabela Campos, Carolina Bartoli e Lucas Montes. 1ª série- Mecânica- CEFET-MG/Leopoldina)
O Reino do Congo ou Império do Congo foi um reino africano fundado por Ntinu Wene, no século XIII . Estendia-se desde o Oceano Atlântico, a oeste, até ao rio Congo, a leste, e do rio Oguwé, no atual Gabão, a norte, até ao rio Cuanza, a sul.


O império era governado por um monarca, o mani Congo.
Consistia de nove províncias e três reinos (Ngoy, Kakongo e Loango). Apesar da existência destas subdivisões na configuração política do Congo, o manicongo, tinha o direito de receber o tributo proveniente de cada uma das províncias dominadas.
Jorge Gumbe- Angola
A principal atividade econômica dos congoleses envolvia a prática de um desenvolvido comércio onde predominava a compra e venda de sal, metais, tecidos e produtos de origem animal.
Jorge  Gumbe

Também comercializavam escravos. O Reino do Congo teve importante participação no desenvolvimento do tráfico de escravos.
Em 1483, durante o processo de expansão marítimo-comercial de Portugal, o navegador lusitano Diogo Cão alcançou a foz do rio Zaire, e encontrou um reino fortemente estruturado - o Congo.

O contato dos portugueses com as autoridades políticas deste reino teve grande importância na articulação do tráfico de escravos.Uma expressiva parte dos escravos que trabalharam na exploração aurífera do século XVII, principalmente em Minas Gerais, era proveniente da região do Congo e de Angola. 

sábado, 23 de julho de 2011

FELA KUTI (1938-1997): O legendário e genial músico nigeriano lançou nos anos 1960/70 as bases da música pop africana contemporânea. Polêmico, inquieto e radical, Fela foi vítima de perseguições e violência em seu país devido às  posições políticas que defendia.
Curtam um pouco este grande artista
http://www.youtube.com/watch?v=HmCnOP8_6hQ&feature=related

sexta-feira, 22 de julho de 2011

LITERATURA AFRO- BRASILEIRA

Conceição Evaristo, nascida em Belo Horizonte, é hoje uma das mais importantes representantes da literatura afro-brasileira no país. Seu livro mais conhecido, Ponciá Vicêncio, narra as desventuras de uma mulher negra na cidade grande. Como as figuras de barro que constrói, Ponciá é fragil e delicada, mas sua sensibilidade artística não a livra de todas as formas de violência que historicamente atingem às mulheres negras e pobres. Porém, Ponciá é também forte como a arte e seu desejo de liberdade se revela em suas memórias, na luta para reencontrar seu passado negado, sua família, sua identidade.


Vozes-mulheres
Conceição Evaristo



A voz de minha bisavó ecoou
Pierre Verger
criança
nos porões do navio.
Ecoou lamentos

de uma infância perdida.

A voz de minha avó
ecoou obediência

aos brancos donos de tudo.
A voz de minha mãe
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo à favela.
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e fome.
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas
.

 Comentários sobre leituras
Regiany Souza - aluna do CEFET - Leopoldina - 1º Ano - Eletrotécnica) 

Ponciá Vicêncio “ de Conceição Evaristo 


       O livro Ponciá Vicêncio da autora Conceição Evaristo narra a história de Ponciá Vicêncio uma menina que ao longo da história se torna uma mulher.A vida de Ponciá nunca foi fácil. Seus avós foram escravos e seu pai e sua mãe seguiam ordem de seus patrões. Desde pequena ela se mostrava parecida com seu avô em diversos aspectos.
         Após diversas desilusões e decepções Ponciá decidiu que partiria rumo à cidade em busca de melhores condições de vida .Ao chegar na cidade, Ponciá logo viu que não seria fácil arranjar um emprego que lhe sustentasse e que seria mais difícil ainda juntar dinheiro para comprar a tão sonhada casinha para junto poder viver com sua mãe e seu irmão.


“O fio das missangas” do moçambicano Mia Couto- São diversos contos de ótima qualidade. Porém, o conto que mais me chamou a atenção, foi “A carta de Ronaldinho”. Esse conto fala de um senhor que dizia assistir aos jogos da seleção brasileira pela TV, até aí nada de mais , o problema é  que ele não possuía uma TV. Por conta disso, seus filhos  acharam que ele poderia estar ficando louco. Eu gostei bastante desse conto,pois o autor não apresenta para ele uma conclusão. Ele deixa  para nós, leitores, a interpretação de um final.
(ARTE: Malangantana- Moçambique)



















quinta-feira, 23 de junho de 2011

Reinos africanos 1

 adaptado pela Profa. Margareth Cordeiro Franklin do texto do  Prof. Ricardo da Costa (Ufes)


VEJA O TEXTO NA ÍNTEGRA 


No extremo oeste da África setentrional, entre os atuais países de Mali e da Mauritânia, ao longo do rio Níger até mais a oeste, na escarpa do Tagant, com limite ao sul nos rios Senegal e Bakoy, desenvolveram-se as primeiras civilizações negras conhecidas: os Maqzara, o reino de Tekrur, e os famosos Impérios de Gana (Wagadu), ou o “Império do Ouro”, como ficou sendo chamado, e o de Songai (ou de Gao).

Graças a  rotas de comércio transaarianas estabelecidas pelos berberes islamizados é que se tem notícia escrita das civilizações negras ao sul do Saara.



Na trilha da famosa “rota saariana do ouro” havia o reino do Tekrur.
 Tipo de construção na área rural da atual Mauritânia
O Tekrur, segundo Al-Idrisi, era um reino com um soberano independente, que possuía tropas e muitos escravos. Com um comércio ativo, o reino de Tekrur importava lã, cobre e pérolas do Marrocos e exportava ouro e escravos para o norte berbere-muçulmano.Seu primeiro rei a converter-se ao Islamismo foi War Jabi Ndiaye. Com ele, todos os súditos também se converteram (Jabi Ndiaye morreu em 1040)

 A escravidão negra

O comércio de homens foi um fato geral e conhecido de todas as humanidades primitivas.
Muitos séculos antes da chegada dos brancos europeus à África, as tribos, reinos e impérios negros africanos praticavam largamente o escravismo, da mesma forma os berberes e demais etnias muçulmanas.

 Antigo forte muçulmano de escravos, na Tanzânia
O Islamismo contribuiu muito para estimular ainda mais a escravidão, pois praticou-a desde cedo: antes mesmo de Maomé, já no século VI, mercadores árabes freqüentavam todos os portos da costa oriental da África, trocando cereais, carnes e peixes secos com tribos bantus por escravos. As populações negras não-muçulmanas também consideravam a escravidão um fato absolutamente normal (como veremos, normalmente os reis africanos tinham centenas de escravos como soldados – e em suas guardas pessoais).
Mercado de escravos no Yêmen - manuscrito árabe (1236-1237)
O Império de Gana (c. 300-1075)

O reino de Gana é chamado assim por causa do título de seus soberanos. Era também chamado de Ugadu (país dos rebanhos). Nessa época, o clima era bastante úmido, o que favorecia a criação de gado e a agricultura.

Em 970 o viajante muçulmano Ibn Hawkal viajou de Bagdá até a margem do rio Níger, e não hesitou em dizer do imperador de Gana: “É o mais rico do mundo por causa do ouro”
A mesquita de Djenne era um dos principais centros de peregrinação islâmica nas regiões meridionais do Saara e a cidade um importante entreposto comercial entre a África do Norte e a África Sudanesa. Djenne fica localizada no centro-sul do Mali, próxima a um dos vales do rio Níger

Mali - do blog Viajando pelo Mundo  (muito legal!!)
Sabemos da existência desse rico império negro e escravocrata graças aos viajantes islâmicos e à presença muçulmana na região, com seu grupo letrado. O historiador al-Umari (1301-1349), nos informa que o povo era “alto, de compleição preta retinta e cabelos encrespados”.
Mali 
 Um dos informantes de al-Umari lhe disse que “o ouro é extraído cavando-se buracos na profundidade que chegam à altura de um homem e são encontrados embutidos nas laterais dos buracos, ou às vezes no fundo deles” (DAVIDSON, 1992: 148).
Mesquita - Mali
Os séculos IX e X viram o apogeu do império negro de Gana. No entanto, no século XI, com o avanço árabe almorávida ,   o Império entrou em decadência.

O Império de Mali (c. 1235-1500)

A queda do Império de Gana abriu um vácuo de poder. A grande questão era: quem tomaria agora o controle das rotas comerciais próximas das fontes auríferas?
. Mapa do Império de Mali (século XIV)
Não se conhecem as origens do reino de Mali (ou Mandinga). Diferentes etnias viviam naquela região. Paralelo a um processo de integração converteram-se ao Islamismo.
O Império de Mali com seus reinos “vassalos” (século XIV)
A partir de 1150 se conhece relativamente bem a cronologia dos reis de Mali.com estórias recheadas de lendas e mitos e transmitidas  pelos griot, os “transmissores de ouvido” de cada etnia que passam de geração para geração as tradições de sua cultura.
Musicos- Mali

Griot
Mali era um reino essencialmente agrícola. Os malinqués desenvolveram a cultura do algodão, do amendoim e da papaia, além da criação de gado.
Com Sundjata (ou Mari Djata, o “Leão do Mali”) e seus sucessores até Mansa Mussa (ou Kandu Mussa, 1312-1332), o reino de Mali passou a ser conhecido no mundo ocidental.
 Em 1324, Mansa Mussa realizou uma peregrinação a Meca, passando pelo Egito e com a intenção de maravilhar os soberanos árabes
Sua peregrinação fez o Império de Mali ser conhecido por todo o mundo, e os mapas europeus passaram a citá-lo.
Mansa Mussa segurando uma pepita de ouro.
. Mapa do Norte da África (manuscrito catalão de 1375)

Este mapa catalão do século XIV do Norte da África tem quatro reis, três africanos: o rei Mansa Musa de Mali (sentado, com uma gema de ouro na mão direita), o rei de Organa, o rei da Núbia e o rei da Babilônia.
Os dois números em vermelho marcam dois textos. São eles: “Toda esta parte tem gentes que ocultam a boca; só se vêem seus olhos. Vivem em tendas e têm caravanas de camelos. Também possuem animais de cujas peles fazem excelentes escudos”. 2. “Este senhor negro é aquele muito melhor senhor dos negros de Guiné. Este rei é o mais rico e o mais nobre senhor de toda esta parte, com abundância de ouro na sua terra” (tradução literal).

De regresso para Mali, o imperador trouxe consigo um poeta-arquiteto, Abu Issak, mais conhecido como Es Saheli. Com ele, construiu a grande mesquita de Djinger-ber, em Tumbuctu.

 A religião em Mali

Como todos os reinos negros islamizados desse período, a religião em Mali era um misto de várias influências, especialmente as pagãs.

No século XVI, tempo de Mahmud Kati, historiador e conselheiro do Askia Mohammed, o império tinha cerca de quatrocentas cidades e vilas. O sistema de governo era descentralizado. Era dividido em províncias, administradas por um dyamani tigui (ou farba). As províncias eram subdivididas em conselhos (kafo) e aldeias (dugu).

A autoridade da aldeia poderia ser bicéfala: um chefe político, outro religioso. O farba recolhia impostos e requisitava tropas, caso necessário. Havia ainda reinos subordinados que reconheciam a hegemonia do imperador, enviando regularmente presentes.
http://www.caminhandocomele.com.br
. Povos tão variados como os tuaregues, os songais, os malinqués e os peules, reconheceram, durante mais de cem anos, a soberania do imperador de Mali.